Ópera como Teatro

Mais do que qualquer forma de música a ópera é um Acontecimento. Ela é a união de várias artes.

Harold C. Schoenberg, New York Times

Entre as artes, somente a ópera combina as melhores possibilidades musicais de uma orquestra e de vozes magníficas com a exitação visual, dramática e intelectual do teatro. Todos esses elementos se fundem num extraordinário espetáculo ao qual o público pode se integrar totalmente. Richard Wagner chamava a Ópera de Gesamtkunstwerk - a "obra de arte total" - e o fato da combinação, mais que qualquer outro, explica a singularidade da ópera.

Convite à Ópera - John Louis Digaetani

O TEATRO GREGO ANTIGO
As tragédias gregas eram encenadas num cenário único, com apenas um telão de fundo básico, tendo à sua fretne uma arena de cascalho como palco. Essa arena circular de cascalho, chamada de orchestra, era o centro do palco do teatro trágico grego e assemelhava-se ao nosso palco projetado em direção ao público. Havia também os parados, ou passagem lateral, para os atores e músicos entrares. Atrás da orchestraskene erguia-se a , uma parte elevada em forma de casa, para as entradas e saídas dos personagens principais. Esta skene, feita de madeira ou tela, era às vezes, pintada a fim de indicar o local da tragédia encenada. Pelo que se sabe, entretanto, a maior parte da ação passava-se, especialmente quanto ao coro, na orchestra - o mais perto que fosse possível da assistência.
 


O PALCO ROMANO

O interesse popular pelo teatro na Grécia antiga continuou durante o período romano e Roma acrescentou suas próprias formas especiais, com mais tragédias musicais, cantadas em latim. Nos tempos romanos começaram a aparecer teatros fechados. Consequentemente, também a acústica pode ser controlada e retida mais facilmente.

O MÉTODO MEDIEVAL

Cenários móveis construídps em pequenos carros fizeram com que o palco secular e religioso do período medieval fosse transportável, como nos dão exemplo as produções das corporações, como os ciclos das peças moralistas de York e Chichester.

O PALCO DO RENASCIMENTO E MONTEVERDI

Durante o reflorescimento clássico no Renascimento, Monteverdi, mais do que qualquer outro, trouxe a nova forma de arte ao público. Com a abertura do primeiro teatro de ópera, o San Cassiano de Veneza, em 1637, a ópera chegou ao palco e ao povo. Deixava de ser somente uma diversão aristocrática: uma mudança que pode ser considerada revolucionária. As partituras de Monteverdi representam os primeiros exemplos completos daquilo que nós chamamos de Ópera.


O PALCO OPERÍSTICO BARROCO

O período barroco, final do século XVII e começo do XVIII, deve ser visto como o grande período da ópera séria. As produções teatrais tornaram-se suntuosas, pois o dinheiro era gasto livremente a fim de criar efeitos espetaculares com cenários pintados, de grande complexidade e variedade, e cuja característica era um largo uso da perspectiva. Os teatros do tempo usavam equipamentos complexos como máquinas de ondas para as cenas marítmas ou um batalhão de alçapões que permitiam aos personagens aparecerem ou desaparecerem num instante. O que fosse teatral tinha fascinação particular substituindo o mero realismo.

A ÓPERA FRANCESA DO SÉCULO XIX

Acolhendo as produções de ópera mais impressionantes e inovadoras do século XIX, Paris (e o Ópera de Paris) se transformou na capital operística da Europa. Pierre-Luc-Charles Ciceri foi o principal cenógrafo por boa parte do século, insistindo na autenticidade histórica.

WAGNER E VERDI

Esses dois grandes compositores foram revolucionários nas exigências que fizeram aos teatros para a produção de suas óperas. Wagner, por exemplo, refez a ópera durante a sua vida insistindo, em particular, qua a ópera era em primeiro lugar uma arte, e entre as artes, a primeira. A maioria das pessoas do século XIX  não levava a ópera tão a sério como fazia com as outras artes.Literatura, teatro e pintura eram considerados por muitos críticos e intelectuais da época mais importantes que a ópera - exeto por Wagner que insistia que a fusão da poesia com a música, como acontecia na ópera, produzia a forma ideal de arte. A isto ele chamava Gesamtkunstwerk, a obra de arte total, que seria mais importante que qualquer outra forma de arte sozinha.